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Num mundo com COVID-19 a etiqueta à mesa dos restaurantes é outra. O que precisa saber? | in "SAPO"

Não é exagero afirmar que a experiência de mesa nos restaurantes vive um antes e um depois COVID-19. Sem adornos e galheteiros, com ementas digitais, serviço em pratos individualizados e pagamentos com cartão, sem contacto, há toda uma nova etiqueta à mesa dos restaurantes portugueses.

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Às clássicas expressões “não ponhas os cotovelos na mesa” ou “não sorvas a comida”, a nova etiqueta de mesa na Era COVID-19, traz-nos um protocolo ao acto alimentar. Agora, não se trata meramente de uma questão de boa ou má educação. A regra impõe uma etiqueta para salvaguarda da saúde pública.


Ao cliente cumpre um guião que tem o seu ponto central no acto que desde sempre nos leva aos restaurantes, o de nos sentarmos à mesa e de apreciar o que nela é servido.


É desse acto que aqui tratamos, de tudo aquilo que nos espera entre dois momentos, o de nos recostarmos para apreciar a refeição e o de pagarmos, finda a mesma.


Para que não nos percamos nos meandros deste novo mundo no estar à mesa, há que ter em atenção as orientações para a restauração da Direcção-Geral da Saúde, conhecidas a 8 de Maio, e “Guia de Boas Práticas”, disponibilizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).


Uma questão de proximidade

O serviço de mesa, “pela proximidade que implica entre colaboradores e clientes, pode ser um veículo de propagação da doença, pelo que é extremamente importante que se assegure algumas regras”, informa a AHRESP.

Regras que vão além da obrigatória etiqueta de higiene e segurança, como o uso de máscaras por quem nos serve à mesa, ou a já tão referida questão do distanciamento social (dois metros entre clientes, excepto para coabitantes), ou mesmo de antecipar o pedido das refeições, fazendo a reserva junto do restaurante.


Toalhas de mesa para usar e deitar fora

Sentados, mãos previamente higienizadas com solução antisséptica de base alcoólica, máscara em repouso (teremos de entrar no restaurante de máscara no rosto), depara-se-nos uma novidade, ou melhor, um ajuste a uma realidade em todos os restaurantes: as toalhas de mesa. As de tecido não estão proibidas, embora, neste caso de “utilização única por cliente”. O mesmo se aplica às toalhas ou individuais de mesa de papel: apenas uma única utilização.


Galheteiros, adornos e decorações com um grande “não”

Adornos, candelabros, velas, flores e outros acessórios decorativos vão desaparecer da mesa. O mesmo se aplica aos temperos. Sal e pimenta, molhos e entradas, só a pedido do cliente. O mesmo se aplica ao tão desejado croquete, pastel de bacalhau ou queijo fresco. Não há viagens de cá para lá dos pratinhos petisqueiros.

É de tradição portuguesa a boa travessa para serviços dos comensais. O jornalista Miguel Esteves Cardoso tão bem nos descreve este utensílio de mesa no seu livro de crónicas “Em Portugal não se come mal” (Assírio & Alvim): “Mesmo a travessa colectiva é preferível à contrafacção maldita do empratado: corresponde à terna tradição familiar, de almoçar em casa, em que se põem as várias travessas no centro da mesa e em que cada membro se serve conforme pretender”.

É bonita a partilha, mas não segura a travessa de uso "comunitário" nestes tempos da COVID-19. De acordo com as orientações e recomendações emanadas pela DGS, há que “colocar os pratos, copos, talheres e outros utensílios nas mesas na presença do cliente que os vai utilizar, devendo ser assegurada a sua higienização e acondicionamento”.

Verifique, como tal, se os pratos, talheres e outros objectos de uso à mesa são colocados na mesma na sua presença.

Saiba, ainda, que levantada a mesa, “os pratos, copos, talheres e guardanapos, devem, depois de lavados, ser guardados em local fechado devidamente protegido e de acesso exclusivo aos colaboradores”, lemos no “Guia de Boas Práticas” da AHRESP.


A reinvenção da ementa, nas suas versões digitais

O que também não veremos à mesa são as sempre tão desejadas ementas, na sua versão tradicional, impressas ou manuscritas em papel, paleta de todas as experiências de sabor a antecipar a chegada dos pratos.

“Para evitar o manuseamento dos menus por vários clientes e pelos próprios colaboradores, estes devem ser de uso único e descartáveis ou, em opção, pode-se recorrer a um quadro, por exemplo de ardósia, um placard ou um LCD ou equivalente, onde a ementa é afixada diariamente e está visível a todos os clientes”.

“Outras soluções podem ser consideradas desde que esteja garantida a desinfeção entre usos (exemplo: ementas plastificadas)”, informa-nos o documento da AHRESP que também propõe, como solução, “recorrer a um software de gestão de ementas que permita disponibilizar ementas online, acessíveis pelo cliente através de smartphone. Como, por exemplo, colocar em cada mesa, numa moldura de acrílico (facilmente higienizável) um QR Code impresso para aceder à ementa online”.


Fecha a refeição, como pagar?

“O dinheiro é transferido frequentemente de pessoa para pessoa, e por essa razão, é considerado um potencial foco de transmissão do vírus”, sublinha a AHRESP. Desta forma o tão nosso aceno para pedir a conta, deve despedir-se do hábito de dinheiro em género a voar desde a carteira.

“Devem ser promovidos, sempre que possível, os pagamentos através de cartão sem contacto - contactless, como o cartão de débito/crédito ou cartão refeição) ou por telemóvel, como é exemplo o MB WAY”.

Informação que, recomenda a AHRESP, “pode estar afixada ao público ou ser uma informação a constar, por exemplo, do menu”.

Já os “terminais de pagamento automático, por serem equipamentos de contacto frequente devem ser desinfectados com frequência e entre cada utilização”.  De preferência à frente do cliente e antes da sua utilização. Caso para dizer, tudo às claras.

De resto, tal como à entrada, ao deixar o restaurante o cliente deve higienizar as mãos com solução antisséptica de base alcoólica.


Créditos da Notícia: SAPO


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